segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A adoração salva?.

Todos os dias vemos multidões se deslocarem de seus lares em direção aos templos religiosos para expressarem a sua fé, enaltecendo o poder e a importância de Deus em suas vidas. De todas as denominações, genuflexos esperam a ação divina.
Milhares de situações precisam ser resolvidas, muitas dores aplacadas. Pede-se por si e pelos outros, pelos que estão na terra quanto para os que dela partiram.
E depois de todo o petitório, vemos os mesmos se perderem no dia a dia em meio aos afazeres e responsabilidades, para mais tarde, após as acerbas lutas do dia repousarem entregues ao ostracismo quando não à diversão irresponsável e pueril.

Nada temos contra a atitude de adoração ao Criador, que é salutar porque é a forma de dizer ao Senhor o quanto o amamos, respeitamos e precisamos de seu concurso, todavia, é bom estarmos conscientes de que essa atitude, por si só, não auxiliará o espírito a resolver as suas questões estruturais e morais.

Na questão 649 de O Livro dos Espíritos Allan Kardec pergunta em que consiste a adoração?
“Na elevação do pensamento a Deus. Deste, pela adoração, aproxima o homem sua alma.”
Na questão 653 a espiritualidade respondeu que a adoração verdadeira é a do coração e na 653a que a adoração exterior é útil se não se constituir um vão simulacro.
As imperfeições humanas, desenvolvidas ao longo de reencarnações e sedimentadas pela repetição não desaparecerão como em um passe de mágica pelo simples fato de se viver de joelhos dobrados em atitude de oração e adoração.
É preciso a ação no bem. À resposta da questão 654, os espíritos superiores afirmaram que “Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal..."
É corrente dizer que a  seara é grande e que os seareiros são poucos. Ora, seara é a terra e seareiro aquele que a cultiva. São poucos aqueles que se dispõe a estar no campo de batalha, lutando lado a lado com o Cristo contra as ervas daninhas e cultivando o necessário bem.
Na maior parte dos casos ainda se prefere a proteção entre as quatro paredes de um templo qualquer, sem se importar com as vozes que clamam sem cessar o seu concurso.
O antídoto do mal é o bem. Faça o bem que te compete. Arregace as mangas e saia do marasmo em que te encontras. De nada adianta uma enxurrada de filosofia que mais serve para aureolar a hipocrisia, nem a adoração da qual se conserva distante o coração.

José.

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