quinta-feira, 30 de abril de 2015

O guiismo e a influência dos espíritos em nossas vidas.

A Doutrina espírita afirma, em O Livro dos Espíritos questão 621, que a lei de Deus  está escrita na consciência. E afirma também que a chamada voz da consciência é, na maior parte das vezes, nosso espírito amigo, anjo guardião, mentor, um espírito superior enfim, que nos deseja induzir ao bem. (O livro dos Espíritos, questão 459 e seguintes)
Quando o homem não ouve tais conselhos acaba por sucumbir, arcando com as consequências. 
Os espíritos amigos lamentam-se quando veem alguém a quem amam se perdendo em um emaranhado de ações impensadas das quais bons resultados não poderão advir.
Todavia, ao longo do tempo não faltou quem fizesse uso irresponsável desse recurso, gerando muita  polêmica em torno do que ficou conhecido como guiismo. ( [do francês guier + -ismo] - Viciação de comportamento, só verificada em virtude de estudo doutrinário deficiente dentro das lides espíritas, em que o guia, assim denominado o Espírito protetor ou mentor, é considerado competente para tudo orientar e ensinar, nada se fazendo sem consultá-lo.) 
Ou seja, a transferência indevida para o plano espiritual da responsabilidade que cada um tem de construir a própria evolução gerindo a própria vida. (OLE. 501)
O mundo espiritual está sempre pronto a ajudar mediante pelo menos duas condições: a receptividade do aprendiz e o seu empenho na superação de suas más tendências.
Jesus disse "Pedi e vos será dado. Batei e abrir-se-vos-á". Entretanto “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.”(Tiago 4:3).
A influência dos espíritos nos acontecimentos da vida é inegável, mas, a falta de conhecimento tem suscitado crendices que não é raro trazerem sérias consequências.
Por exemplo: Diante da enfermidade ou da manifestação de problemas familiares, é muito comum atribuir-se a responsabilidade por essas situações aos  espíritos superiores que teriam virado as costas ao espírita em razão da menor frequência desse ao Centro Espírita ou, à diminuição de  suas orações, ou ainda porque não exercita a mediunidade. Pensar assim é atribuir a Deus, Jesus e os espíritos parcialidade, tirania, julgamento, dentre outros adjetivos. Deus não pune. As dificuldades da vida se constituam prova ou expiação para quem as experimenta, direta ou indiretamente. Não são sanções advindas do plano espiritual. A questão 495 de O Livro dos Espíritos diz que:  Poderá dar-se que o Espírito protetor abandone o seu protegido, por se lhe mostrar este rebelde aos conselhos?
“Afasta-se, quando vê que seus conselhos são inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Mas, não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem quem tapa os ouvidos. O protetor volta desde que este o chame."
Informações erradas sobre esse assunto geram sentimentos de culpa, e não raro, desilusões.
Compreendendo melhor os atributos divinos e a ação dos espíritos em suas vidas, poderá o homem viver melhor e relacionar-se melhor com seus pares, na certeza de que o livro arbítrio lhes faculta ir quando quiser e chegar ao ápice quando puder.

Rondonópois MT, 30/04/2015

José.



Nenhum comentário: