segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Não julgar

Hoje em dia blindar espaços onde vivem pessoas tem se tornado comum. O medo tem levado a isso, face aos desvarios da violência. Todavia, alguns segmentos tem levado a blindagem aos extremos, quando por exemplo, cerram as portas de templos e outros nichos de manifestação religiosa para supostos impuros.
Os pretensos exemplos (de pessoa pura) julgam os impuros  pela própria ótica, taxando-os de pessoa não suficientemente boa para frequentar essa essa ou aquela instituição, ou ainda, desenvolver essa ou aquela atividade para a qual (julgam que) sua conduta o desabilita.
Na maioria das vezes os rejeitados cometeram, se tanto, pequenos equívocos que se tornaram públicos, esquecendo-se os pretensos irretocáveis que eles mesmos não resistiriam à pedra de toque.
Com isso, talentos são menosprezados e soterrados no monturo da hipocrisia.
Não bastasse isso, chega-se ao absurdo de convidar para se retirar de instituições religiosas aqueles que, ao ver de dirigentes e pretensos santificados, poderiam enodoar a ordem e os bons costumes.
Jesus Cristo afirmou que os sãos não precisam de médico (Mateus 9:12) mas, não afirmou que o doente deva ser segregado, tratado sem amor, com preconceito e descaso, como se leproso fosse nos idos tempos da barbárie.
Movimentos religiosos se dividem, motivados por questões doutrinárias, como se partidos políticos fossem em disputa pelo poder. Não priorizam a verdade e o bem, mas questiúnculas que não somam à obra de Jesus.
Alçados por si mesmos a um patamar em que não merecem estar, as lideranças, incapazes de coordenar as próprias consciências, ditam as regras e determinam segundo seu julgamento quem é liberto e quem é crucificado.
Pilatos da era moderna, lavam as mãos diante do óbvio, sendo coniventes com práticas espúrias que visam única e exclusivamente a satisfação pessoal e o lucro endinheirado.
Porém, dia chegará em que o sol brilhará para todos, e nessa hora, seus raios queimarão a empáfia de tantos, como a soda corrói a impureza da superfície onde é lançada.
E não está longe esse êxodo, quando a multidão dos fieis verdadeiros acordarão diante do soar das trombetas do próprio entendimento doutrinário, e finalmente, se desgarrarão daquilo que não orienta, mas impõe; que não liberta, mas oprime; que não ilumina, mas mantém na escuridão as mentes manipuláveis, fáceis de serem enganadas e desviadas da boa luz.

José

Rondonópolis, Mt 28/09/2015 

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